Episódio da médica anestesista de Ceres, que repercutiu nas redes sociais

Publicado em 18/10/2014 às 01:01

Um fato ocorrido no Hospital São Pio -X em Ceres, na manhã desta quarta – feira (15/10), repercutiu nas redes sociais e chamou atenção da imprensa local.

De acordo com o que está nas redes sociais é que a direção do hospital proibiu uma médica anestesista de entrar nas dependências da instituição, a impedindo de realizar anestesia em uma paciente que a esperava na sala de cirurgia. Motivo? pelo fato da anestesista estar com adesivo de um partido político no carro.

A reportagem do Jornal Populacional procurou a direção do Hospital São Pio – X para saber sobre o episódio e esclarecer aos leitores.

Edivânio Antônio da Silva relata que o fato que ocorreu esta semana, a profissional médica entrou nas dependências do hospital, estacionou, o porteiro chegou até a profissional explicou o motivo do carro não poder ficar no local estacionado e a orientou de deixar o carro no estacionamento do lado de fora, Edivânio relata ainda que a profissional não aceitou e foi embora. Edivânio disse que se o porteiro cometeu alguma ofensa a profissional, pede desculpas em nome da instituição.

Edivânio, disse que desde de 2012, o hospital teria sido notificado tanto pelo Ministério Público, quanto pela justiça que no período eleitoral não seria permitido veículo plotado com adesivos alusivos a qualquer partido político que seja.

Edivânio, informa que na época foram feitos anúncios em meios de comunicação local orientando sobre a notificação, e a assim que deu início ao pleito eleitoral 2014, a direção do hospital procurou o Cartório Eleitoral, e segundo Edivânio foi orientado de que a legislação continuaria a mesma.

Edivânio ressaltou ainda que o Hospital São Pio – X, como instituição privada, filantrópica e com contrato ao SUS, acaba tendo que o hospital seguir todas as exigências que o SUS impõe, sendo assim, foi adotado a não permanência de carro plotado de partido político seja de funcionários ou de visitantes, salvos casos tempestivos, em caso de urgência, o carro entra, deixa o paciente e após o motorista com o veículo é orientado a sair.

A paciente que estava à espera da cirurgia, segundo Edivânio, não foi prejudicada e que a cirurgia seria realizada nesta quinta –feira. Com relação a médica anestesista, o hospital está analisando e pode ser que adote aquilo que é pertinente dentro da ética médica profissional, porém também pode ser que o hospital veja o caso como fato isolado e que não houve prejuízo a paciente o que é mais importante. Concluiu.

A reportagem procurou o promotor de Justiça Eleitoral Dr. Florivaldo Vaz de Santana, de acordo com ele, nas eleições de 2012, o próprio hospital, na pessoa do diretor Edivânio Antônio da Silva, protocolou um expediente, junto ao juiz eleitoral na época Dr. Lázaro Alves Martins, solicitando quanto a permanência de veículos com propagandas políticas nas dependências do hospital.

Na época o Dr. Florivaldo disse que se manifestou de um modo geral para que fosse proibido a veiculação de propaganda eleitoral nas dependências da instituição, considerando que o hospital possui convênio com órgão público, e que o mesmo estaria na função de bem público.

Florivaldo disse que nas eleições atuais não houve pedido por parte do hospital e nem tem conhecimento também por parte do Juiz Eleitoral, e que nas eleições de 2014, partindo do Ministério Público não existe nenhuma recomendação neste sentido nas dependências do respetivo hospital.

O Juiz Eleitoral da Comarca de Ceres, Dr. Jonas Resende ao ser questionado, disse que a princípio, a propaganda eleitoral é livre, e que não há proibição para que o eleitor manifeste sua preferência.

Dr. Jonas ressalta, o caso especifico do Pio – X, por ser um hospital filantrópico e atende a pacientes do SUS, e que nas eleições municipais de 2012, houve uma normatização que segundo ele, obteve uma consulta por parte do hospital, se seria permitido ou não veículos com propagandas eleitorais nas dependências do mesmo.

Naquele ano foi proibido o acesso de veículos com propagandas eleitorais, a não ser em casos temporários, entrando e saindo rapidamente. Para o Dr. Jonas esta decisão para a eleição municipal de 2012 em Ceres, não tem valor para eleição atual.

Dr. Jonas não quis entrar no mérito da questão e ressaltou que “precisamos realmente viver em um país democrático onde não haja excesso nem de um lado e nem do outro, e respeitar a posição de cada um”. Fala também que o local é um hospital, e quem está lá dentro precisa ser respeitado, a vida humana é preciso ser valorizada.

Foto divulgação