Sexta-feira, 19 de Abril

Capitão Rhevysson dos Bombeiros Ceres fala dos 2 anos da tragédia na Boate Kiss

Publicado em 30/01/2015 às 21:19

O dia 27 de janeiro de 2013 se iniciou de maneira trágica para 242 famílias brasileiras em decorrência de um incêndio na boate Kiss no Rio Grande do Sul. O sinistro foi considerado a segunda maior tragédia no Brasil em número de vítimas em um incêndio, sendo superado apenas pela tragédia do Gran Circus Norte-Americano, ocorrida em 1961, em Niterói, que vitimou 503 pessoas.

 

                Bem, o que isso nos importa? De qual maneira nos atinge? Que significado possui essa data fatídica?

 

                Obviamente que ao acaso não seria pertinente utilizar-se do exemplo no Sul do país, mas acredito ser bastante exemplar emprestarmo-nos de tal situação para refletirmos sobre segurança. O que acreditamos ser segurança? Claramente cada um, conforme vivência e experiência possuem seus conceitos, que aqui não quero confrontar, mas preciso expor que como profissional Bombeiro Militar existem legislações específicas; doutrinas de seguranças e razões mínimas a segui-las.

 

Exponho um exemplo, nosso botijão de gás ‘gás de cozinha’, deve ser colocado pelo lado de fora da residência! Tal situação não se configura uma exigência de lei para residências comuns, porém é uma exigência normativa mantê-lo pelo lado de fora e em local ventilado em estabelecimentos em geral. Ou seja, apesar de não ser uma exigência formal em nossas residências entendemos que seria mais seguro manter a butija pelo lado de fora, portanto, trabalhar na prevenção! E fatidicamente segurança está intimamente entrelaçada à prevenção.

 

                ‘Prevenir para não remediar!’... já dizia o ditado, e assim, pontualmente, como temos uma legislação vasta e exigente sobre o assunto, porque não segui-la? A legislação atual, Lei 15.802/2006_Código de Segurança Contra Incêndio e Pânico é uma das legislações mais atuais no país. Exigente, ela traz vários aspectos de segurança que vão desde a instalação passiva de extintores de incêndios até situações ativas de controle de pânico; são mais de 25 itens analisados e observados pelos Corpos de Bombeiros do país com a finalidade exclusiva de gerar segurança contra incêndio e pânico.  

 

                 Não podemos claramente dizer que caso a boate em questão estivesse regularizada todas as vidas seriam preservadas, mas podemos sim garantir que os parâmetros de segurança exigidos são necessários para um bom funcionamento dos estabelecimentos e em especial criarmos uma atmosfera de segurança aos ocupantes. As situações são diversas, e os possíveis problemas são indeterminados, entretanto com o mínimo que a legislação exige podemos com garantia trazer mais segurança e minimizar os desastres.

 

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