Sexta-feira, 19 de Abril

Novos desafios do marketing político

Publicado em 03/08/2015 às 07:55

A quantidade das ferramentas e as formas disponíveis para se fazer comunicação estão sendo ampliadas todos os dias, exemplo disto é a influência da internet, que através das redes sociais, portais de informações e outros meios de comunicação tornam a informação cada vez mais democrática e consequentemente difícil de manipulação. Porém, na contramão dessa evolução, surge a dificuldade em prender a atenção do público, gerando acirrada disputa entre os meios de comunicação.

 

Para os marqueteiros e políticos os desafios são ainda maiores. Para tal conclusão não precisamos realizar estudos aprofundados sobre o assunto, basta apenas se perguntar qual a última propagada eleitoral que ouviu no rádio ou que assistiu na TV e qual interesse ela despertou em você sobre o tema abordado, e provavelmente a resposta será que nenhum interesse foi despertado. Mas por que tanta falta de interesse das pessoas sobre assunto? Isto acontece por diversos motivos, mas podemos enumerar os dois principais.

 

 

Primeiro porque, devido à grande quantidade de casos de corrupção, os eleitores consideram a maioria dos políticos brasileiros desonestos. Segundo, porque a comunicação que a maioria promove está fora da realidade do eleitor, já que os métodos de se comunicar continuam praticamente os mesmos de décadas atrás, onde bastava alguns slogans bonitos, como base central da campanha eleitoral ou governamental e as propostas ou programas serviriam apenas como temas secundários.

 

A figura do marqueteiro, que em um passe de mágica resolvia todos os problemas do marketing político, parou de existir. Os clichês bem elaborados já não emocionam os eleitores como antes. O eleitor de hoje tem um comportamento mais questionador. Além da beleza da propaganda eleitoral, ele deseja ver apresentado um bom conteúdo e uma boa história de vida do candidato. Se o candidato usa o slogan de campanha “Este é honesto de verdade” a sua vida pública não pode ser diferente, pois a comparação entre a vida privada e pública do político ocorrerá inevitavelmente.

 

Devemos sempre ter em mente que apostar no bom senso associado ao estudo rigoroso através de pesquisas quantitativas e qualitativas e um processo de planejamento coerente, ainda é o melhor caminho para que o político possa  ir de encontro com as expectativas dos seus pretensos eleitores.

 

 

Cristóvão Pinheiro é Jornalista, Publicitário e Consultor Político. Coordenou e participou de diversas campanhas eleitorais, presta consultoria em Marketing Político e é membro da IAPC – International Association of Political Consultants, associação que congrega os melhores profissionais de Marketing Político do mundo.

 

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