Quinta-feira, 28 de Março

E agora, Aécio?

Publicado em 30/08/2014 às 11:32

Em queda nas pesquisas após o surgimento do fenômeno Marina Silva na sucessão presidencial, o senador Aécio Neves (PSDB) está se desdobrando para evitar traições no ninho tucano e cessar a migração de recursos de doações para a adversária do PSB. Não bastasse a complexidade dessa operação, Aécio ainda precisa evitar uma derrota em Minas Gerais, seu principal bunker político, onde o candidato tucano Pimenta da Veiga corre o risco de ser derrotado ainda no primeiro turno pelo petista Fernando Pimentel.

 

As contramedidas de Aécio nos dois flancos já começaram a ser implementadas.

Nos estados, a coordenação nacional da campanha solicitou maior espaço para o presidenciável na grade regional da propaganda gratuita de rádio de TV dos candidatos tucanos. Um dos fieis apoiadores de Aécio, o governador de Goiás Marconi Perillo, líder nas pesquisas, atendeu de pronto à solicitação.

Em São Paulo, porém, maior colégio eleitoral do País, o governador Geraldo Alckmin (PSDB) seguiu em rota contrária, exibindo um vídeo do deputado Beto Albuquerque (PSB), vice de Marina.

É em São Paulo onde Aécio enfrenta mais dificuldades em enquadrar seus correligionários, à revelia de ter na sua vice o senador Aloysio Nunes (SP). Muito, é provável, pelo fato de Alckmin e do ex-governador José Serra atribuírem parte das derrotas nas disputas presidenciais de 2006 e 2010 ao “pouco empenho” de Aécio na campanha.

 

Na bruma de uma semana difícil, Aécio chegou a ser traído pelo desânimo na última quarta-feira (27), após receber a informação de levantamentos, confirmados pelo Datafolha, de que estava em declínio nas pesquisas. “Olha, Aloysio, eu não sei aonde nós vamos chegar, mas saber que vou chegar junto com você já é uma vitória”, disse, em agradecimento aos incentivos de seu vice. Depois disso, não deu mais sinais de pessimismo, pelo menos não em público.

 

Nacionalmente, Aécio pretende se apresentar como a alternativa segura entre a presidente que “fracassou' e uma candidata cheia de boas intenções, mas ainda 'incipiente' para executar suas ideias. As críticas continuam vigorosas contra a petista Dilma Rousseff, candidata à reeleição, especialmente em relação aos rumos da economia. Mas pode não ser o suficiente, o que levaria a campanha tucana a elevar o tom contra Marina.

Em Minas, onde a manutenção do poder é vital para Aécio continuar figurando como liderança de expressão nacional, o comando da campanha local mudou. Saiu o deputado federal Alexandre Silveira (PSD) e entrou o ex-secretário estadual de Governo Danilo de Castro, principal articulador político de Aécio no Estado e coordenador das campanhas vitoriosas de 2002, 2006 e 2010 (com Antonio Anastasia).

 

Em Minas o candidato de Aécio, o ex-ministro Pimenta da Veiga, oscila entre 14 e 17 pontos percentuais abaixo do petista Fernando Pimentel, a depender da pesquisa. Andrea Neves, irmã de Aécio e coordenadora da comunicação nacional, dará maior atenção ao Estado. A estratégia da campanha de Pimenta da Veiga é intensificar os ataques a Pimentel numa campanha já bastante tensa com acusações mútuas.

 

Aécio deve aparecer com maior frequência na campanha de Pimenta. Antes, porém, o presidenciável terá de dobrar seu staff nacional, que quer vê-lo em mais viagens pelo Brasil.

 

Brasil 247 

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