Domingo, 19 de Maio

Mãe e filho são presos suspeitos de extorquir dinheiro de homens com perfis fakes de garotas de programa

Publicado em 08/05/2024 às 12:26
Goiânia

À Polícia Civil de Goiás (PC-GO), mãe e filho negam a autoria dos crimes, segundo o delegado.

A investigação do Grupo Especial de Investigações Criminais de Goiânia (GEIC) identificou três vítimas e estima prejuízo acima de R$ 10 mil. Os mandados de prisão foram cumpridos na última segunda-feira (6), na capital goiana. O delegado divulgou que João Paulo Fernandes de Abreu, irmão de Paulo Henrique, participou dos crimes e é procurado.

“Ele [João Paulo] não estava na residência quando adentramos e prendemos a mãe, uma vizinha viu a movimentação, telefonou e avisou para ele fugir. A vizinha foi autuada em flagrante delito pelo crime de favorecimento pessoal”, completou o delegado.

O nome da vizinha não foi divulgado. A reportagem não localizou a defesa dela até a última atualização desta matéria.

João Paulo Fernandes de Abreu, procurado suspeito de extorquir dinheiro de homens com perfis fakes de garotas de programa em Goiás — Foto: Divulgação/Polícia Civil

A Polícia Civil do Estado de Goiás (PC-GO) explicou que a divulgação da imagem dos três investigados foi baseada nos termos da Lei 13.869/2019, portaria normativa n° 02/2020/DGPC e portaria n° 547/2021/DGPC, para identificar outras possíveis vítimas. As denúncias podem ser feitas pelo telefone 197, em delegacias, ou online.

“A Polícia Civil do Estado de Goiás está preparada para atender de forma sigilosa possíveis vítimas destes autores, assim, quem foi vítima pode buscar ajuda no GEIC de Goiânia para podermos dar a devida resposta, pautada nos rigores da lei”, pontuou Alex Rodrigues.

O que aconteceu após a primeira prisão?

Em fevereiro deste ano, a Justiça concedeu liberdade provisória a Siles Gleibe e manteve a prisão de Paulo Henrique. Portanto, o jovem já estava detido quando foi dado do cumprimento da prisão pelos casos.

“Quando eles foram presos neste caso de fevereiro foi em flagrante, as nossas três investigações estavam em andamento e aguardando decisão judicial para a prisão”, detalhou o delegado Alex Rodrigues.

O investigador completou que Paulo Henrique estava usando tornozeleira eletrônica quando cometeu os crimes. Quando foi preso em fevereiro, teve regressão de cumprimento do regime de pena, voltando ao regime fechado.

Indiciamento

0 delegado Alex Rodrigues detalhou que a mãe e os dois filhos foram indiciados por associação criminosa e extorsão qualificada em três casos.

“Ainda temos pessoas para ouvir e sanar algumas questões sobre a atuação do trio. Estarei concluindo as investigações e remetendo ao Poder Judiciário nos próximos dias”, finalizou o investigador.

Em fevereiro deste ano, o delegado Maytan Vinícius detalhou que Paulo Henrique criava perfis fakes no site de acompanhantes e garotas de programa.

“Quando a vítima clicava no anúncio, ia para o WhatsApp. Com os dados do WhatsApp, começava ilegalmente a levantar dados, endereços, redes sociais, familiares [...] Quando identificava um rapaz casado, ele entrava em contato falando o nome da esposa e que se não pagasse ia falar para ela”, explicou o delegado.

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Na época, o delegado explicou que o suspeito chegou a enviar vídeo à vítima mostrando a tornozeleira eletrônica para aterrorizá-la.

“Durante os levantamentos, apuramos que pelo menos mais duas vítimas caíram nesse tipo de situação. Uma vítima foi identificada do Rio Grande do Norte. Acreditamos que mãe e filho estão atuando há mais tempo”, pontuou Maytan Vinícius.

O que disse uma das vítimas?

No dia 27 de fevereiro deste ano, uma vítima denunciou que foi extorquida sob graves ameaças para fazer transferências bancárias porque acessou um perfil fake disponível em um site de garotas de programa.

Na plataforma, a vítima clicou em um link que a redirecionou para uma conversa no WhatsApp. A situação descrita é definida como sextortion, uma chantagem sexual online no qual os criminosos exigem dinheiro para não divulgar de conteúdos sensíveis da vítima.

Segundo a vítima, ela fez dois pagamentos via PIX e a beneficiária na chave era a mãe do autor das ameaças.

“O autor queria mais dinheiro. Mandava até fazer empréstimo, as ameaças se agravaram ao ponto de ameaçar matá-lo. Ele mandou o vídeo justamente para amedrontar dizendo que ia até a casa da vítima matá-la”, completou o delegado.

 

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