Publicado em
03/10/2024
às 06:26
Goiânia
Os quatro policiais militares acusados da morte de Henrique Alves Nogueira, de 28 anos, que foi filmado sendo colocado em uma viatura durante uma abordagem, foram absolvidos após o júri popular em Goiânia. Guidion Ananias Galdino Bonfim, Kilber Pedro Morais Martins, Cleber Leandro Cardoso e Mayk da Silva Moura Sousa chegaram a ser presos pelo crime.
Em nota, a Polícia Militar de Goiás informou que os policiais atenderam a todas as medidas cautelares, tanto administrativas quanto judiciais, durante o processo. Com a absolvição, a corporação afirmou que não há mais restrições ao desempenho das funções dos militares.
O júri aconteceu no dia 24 de setembro deste ano, 2 anos após o crime. No júri, o representante do Ministério Público de Goiás (MP-GO) pediu a condenação dos réus por homicídio qualificado com uso de recurso que dificultou a defesa da vítima. A defesa dos acusados alegou legítima defesa e solicitou a negativa de autoria para o policial Mayk da Silva.
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Henrique foi encontrado morto na noite de 11 de agosto de 2022. Na manhã daquele dia, ele foi filmado sendo revistado e colocado no porta-malas da viatura sem oferecer resistência. Mais tarde, a mesma viatura relatou à Delegacia de Investigação de Homicídios um confronto que resultou na morte de Henrique.
Conforme mostrado pelo jornal O Popular, os jurados aceitaram a versão da defesa dos PMs, de que houve uma coincidência por Henrique ser abordado duas vezes e de que, na segunda vez, ele atirou primeiro contra os policiais, que revidaram. Neste sentido, os jurados absorveram os militares ao concordarem com a tese de que houve confronto e que os policiais agiram em legítima defesa.
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Segundo o processo, a defesa pediu a negativa de autoria a Mayk porque ele não estava com a equipe pela manhã no dia do crime, tendo entrado na viatura após o almoço para ser o motorista.
Em nota, o Ministério Público informou que não vai recorrer da decisão "por entender que o júri é soberano" e que, apesar dos jurados terem reconhecido a materialidade e autoria do crime, acolheram a tese da defesa, que alegou a ocorrência de confronto entre os policiais e a vítima.
Disse também que não detectou nenhuma possibilidade de nulidade no julgamento, impossibilitando a apresentação de recurso.
Os policiais foram presos em 16 de agosto de 2022 e denunciados pelo Ministério Público em 21 de outubro do mesmo ano. O promotor de Justiça Geibson Rezende afirmou que Henrique foi morto porque, dias antes, ele havia roubado um celular, foi detido e algemado, mas conseguiu fugir da viatura.
Na época do crime, o juiz Eduardo Pio Mascarenhas apontou que Henrique foi morto com quatro tiros. “Em momentos que antecederam a sua morte e naquele cenário, a vítima tombou ou se colocou de joelhos por certo lapso temporal, promovendo a formação de sujidades na face anterior da calça”, destacou o magistrado do laudo do local de morte.
Nota PM
A Polícia Militar do Estado de Goiás informa que os policiais envolvidos no processo atenderam a todas as medidas cautelares, tanto administrativas quanto judiciais, determinadas durante o curso do mesmo.
Tendo em vista a absolvição de todos os envolvidos, comunicamos que não há mais restrições para o desempenho de suas funções.
Nota MPGO
O Ministério Público não irá recorrer da decisão por entender que o júri é soberano. Nesse sentido, apesar dos jurados terem reconhecido a materialidade e autoria do crime, acolheram a tese da defesa que alegou a ocorrência de confronto entre os policiais e a vítima. Assim, eles não acolheram a tese do MP baseada na ocorrência de um falso confronto. Além disso, o Ministério Público não detectou nenhuma possibilidade de nulidade no julgamento, impossibilitando a apresentação de recurso.
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