Publicado em
15/12/2024
às 11:52
Em Goiás
Efraim foi o nome dado a um boi criado como animal de estimação em Goiânia, após ser “rejeitado” pela mãe desde o nascimento. O nome, curto, mas com significado associado à prosperidade e abundância, combinou perfeitamente com o animal, que recebeu o que mais precisava: acolhimento e amor.
“Eu amo demais a criação. Sou advogada, mas meu amor pelos animais é enorme. Fiz essa força-tarefa com minha filha e faria tudo de novo para salvá-lo. O amor é muito grande e, sim, ele foi criado como pet e brincava até com meus cachorros”, disse Solange Caixeta.
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Moradora do Setor Sudoeste, na capital, a advogada também é criadora de animais em uma fazenda localizada em São Miguel do Passa Quatro, região sudeste de Goiás. Ela e a filha decidiram levar para casa o bezerro que estava sem cuidados.
“Uma das vacas da minha fazenda pariu no pasto do vizinho e deixou o bezerro para trás. O vizinho me ligou contando, e eu fui lá para resgatá-lo. Nós o pegamos e colocamos perto da mãe para mamar, mas ela apenas o rejeitava”, relatou a criadora.
Segundo Solange, foram feitas várias tentativas, mas a mãe não o aceitava e, por ficar sozinho e sem conseguir se alimentar, o bezerro começou a enfraquecer. “Na fazenda, eu não tinha ninguém que pudesse dar a atenção necessária para ele, então decidi trazê-lo para casa, porque, se o deixasse lá, ele morreria”, explicou.
Com a ajuda de vizinhos, Solange conseguiu transportar o bezerro para Goiânia. “Já tive pessoas para cuidar, mas sempre deixavam algum bezerro morrer, porque é preciso ter paciência e cuidado, e muita gente não tem. Então, desta vez, decidi levá-lo para casa comigo”, ressaltou a advogada.
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Solange contou ao portal g1 que os primeiros dias não foram fáceis. Além de se adaptarem à nova rotina, ela e a filha enfrentaram desafios para alimentar o bezerro na mamadeira.
Adaptação
A criadora e a filha de 20 anos, estudante de medicina, se desdobraram para cuidar do bezerro, que dependia delas para sobreviver. “Minha filha ama criações tanto quanto eu. A gente levantava às 5h para esquentar o leite e alimentá-lo. Era preciso forçá-lo a mamar para que ele não morresse. Foi uma tarefa difícil conciliar nossa rotina com a dele”, disse Solange.
Como o bezerro passou um tempo sem se alimentar adequadamente, começou a apresentar inchaços na barriga e até regurgitar o leite. Foi então que Solange procurou ajuda de um veterinário.
“O veterinário me receitou remédios para aplicar, e minha filha, que é médica, administrava as aplicações. A gente lutava muito, mas ele não melhorava; começou a ter diarreias, e eu me desanimava. Porém, minha filha me encorajava, e não desistimos dele”, destacou.
Após dois meses, Efraim começou a melhorar, passou a comer ração sozinho e a se desenvolver rapidamente. “Aí fiquei feliz. Ele começou a comer bem, e a diferença desde que chegou em casa foi notável. A vida dele foi um milagre, porque ele ficou muito ruim”, desabafou Solange.
Efraim cresceu e passou a ocupar mais espaço na casa. “Ele já estava em condições de voltar para a fazenda, mas eu não queria levá-lo. Passamos por situações engraçadas: ele começou a quebrar retrovisores dos carros na garagem, a danificar a mangueira da máquina de lavar, mas a gente sempre arrumava e tudo bem”, relatou a advogada.
Ela contou que Efraim chamava a atenção dos vizinhos e de quem passava pela rua, pois o portão da casa é de grade. “A gente queria ficar pertinho dele, porque cria aquele amor, né? Ele foi criado dentro de casa, na cozinha, com a gente dando leite e cuidando dele todos os dias até melhorar”, disse.
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fraim voltou para a fazenda, mas ainda está em adaptação com outros bezerros. “Ele está se adaptando bem. Antes, eu ia só uma vez por semana para vê-lo, mas agora já estou indo duas. O amor é grande demais”, contou Solange.
“Todo o esforço de quase um ano foi para salvar a vida dele. Ele se desenvolveu rápido. É igual a um filho; a gente nunca acha que ele cresceu. Mas vi que ele já podia voltar”, finalizou a criadora.
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