Publicado em
31/12/2024
às 06:56
Campinorte
Os assassinos contratados para matar a tiros o fazendeiro Nelson Alves de Andrade, em Campinorte, no norte de Goiás, estavam de bicicleta quando cometeram o crime, segundo a Polícia Civil. A filha e o genro do fazendeiro foram presos suspeitos de mandar matá-lo para ficar com a herança avaliada em R$ 3 milhões.
O crime aconteceu em 1º de abril de 2024 e veio à tona após o executor do crime denunciar o casal à polícia por não receber os R$ 20 mil combinados. O homem está foragido, enquanto a filha e o genro da vítima foram presos no dia 20 de dezembro. Outros dois homens que teriam participado do crime não foram encontrados.
A Defensoria Pública informou que representou o casal somente durante a audiência de custódia.
Crime
De acordo com a Polícia Civil, o fazendeiro foi morto em uma emboscada enquanto pilotava uma moto numa estrada de terra, em Campinorte. A investigação apontou que a vítima foi abordada por três homens e levou dois tiros. De acordo com a polícia, a filha e o genro da vítima contrataram o assassino. Ele, por sua vez, chamou dois comparsas para cometer o crime, informou a PC.
Após ser presa, a filha do fazendeiro afirmou que o marido foi o único mandante do crime, alegando medo para não denunciá-lo. No entanto, a polícia acredita que ela tenha participação no crime e, por isso, solicitou a sua prisão. O homem permaneceu em silêncio durante o depoimento, segundo o delegado Peterson Amin.
A herança que teria motivado o crime incluía 20 alqueires de terra, 110 cabeças de gado, quatro imóveis em Campinorte e dinheiro em conta bancária. Segundo divulgado pela polícia, a filha era a única herdeira e tentou movimentar o dinheiro do pai três meses após sua morte, além de vender gado, negociar imóveis e trocar de veículo. O genro também realizou compras, como um smartphone de alto valor.
De acordo com o delegado, o casal não tinha motivo aparente para precisar do dinheiro da herança com urgência: "Ela começou a se desfazer de tudo o que podia, o que gerou estranheza. Eles não tinham nenhum tipo de dívida. Era puramente pelo valor da herança mesmo”, afirmou.
Quem denunciou a filha e o genro do fazendeiro para a polícia foi o homem apontado como executor do crime, que teria sido contratado pelos suspeitos por um valor de R$ 20 mil. Antes de efetivamente denunciar os dois, o homem chegou a oferecer parcelar a dívida em três vezes:
“Você manda R$ 6 [mil] essa semana para mim, eu mando buscar aí R$ 7 mês que vem e R$ 7 no outro mês”, disse o executor.
Na ocasião, o marido da suspeita concordou com o parcelamento, mas depois pediu para o executor esperar. “Tu não sabe o que está acontecendo aqui”, disse ele. “Não tá indo um processo ainda. Falei para tu: quando acabar o processo. Aí você vem com essa ameaça para cima de mim”, completou o marido.
“Acho bom não me bloquear de novo, tá bom? Ou me paga ou vai todo mundo para a cadeia, beleza?”, escreveu o suspeito.
O assassino cumpriu a ameaça e denunciou o caso à polícia. “Ele fez um número falso e os denunciou ‘anonimamente’ para polícia. Com fotos, vídeos e print da negociação”, explicou o delegado.
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