Publicado em
13/01/2025
às 08:26
Trindade-GO.
“Sua preta, imunda, nordestina, pobre, telefonista.” Essas são algumas das ofensas racistas e xenofóbicas que uma mulher de 29 anos, assistente de telemarketing, ouviu de um cliente na última terça-feira (7) em uma empresa que fica em Trindade, na região metropolitana de Goiânia. Conforme o advogado de defesa da vítima, o caso foi registrado na delegacia do município como injúria racial.
A vítima, cujo nome não será divulgado, trabalha em uma empresa como correspondente bancária, oferecendo empréstimos para aposentados. Os insultos ocorreram durante e após uma ligação a um cliente. Segundo a funcionária, as chamadas são realizadas de forma automática pelo sistema da empresa e naquele momento houve uma ligação acidental para o número de um homem não identificado no cadastro.
O indivíduo, irritado, iniciou uma série de xingamentos, incluindo expressões de teor racista e depreciativo. A profissional tentou encerrar a ligação, mas o sistema retornou ao mesmo número, intensificando a situação.
Mulher sofreu série de crimes
Conforme o boletim de ocorrência, o agressor utilizou termos como “preta”, “nordestina” e “pobre”, além de afirmar ser superior devido à aparência e condição financeira. “Eu moro no meu apartamento lindo, aqui numa cidade linda do Sul. Tenho olho claro. Sou gato. A tua fala, sinto dó de você. Não passa de uma psicologia básica e imunda de gente pobre. Vai estudar e quem sabe assim você consegue discutir com alguém que tenha um pouco mais de conhecimento, tá, sua preta imunda”, disse o homem.
Ainda, segundo a jovem, durante a ligação, protocolos de atendimento são enviados por aplicativo de mensagens e, por lá, os insultos continuaram. Pelo local, o homem teria enviado áudios preconceituosos e, em uma das mensagens, ele diz: “Você é horrível, um lixo de gente e faz um trabalho vergonhoso”, entre outros insultos.
Abalo emocional
Abalada emocionalmente, logo após os xingamentos, a jovem buscou apoio dos colegas de trabalho. Segundo ela, as palavras proferidas causaram um grande impacto ao psicológico, especialmente pelo fato de nunca ter vivenciado situações semelhantes. “Afeta profundamente o emocional ser tratada dessa forma, como se minha cor ou minha condição financeira definissem meu valor como pessoa”, desabafou, ao G1.
Ao final das ofensas, o agressor apagou os áudios e bloqueou o número da vítima. A jovem procurou a polícia e registrou um boletim de ocorrência por injúria racial.
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