Publicado em
03/03/2025
às 17:29
Em Goiás
Em meio às comemorações do Carnaval, a Secretaria de Estado da Saúde alerta sobre os riscos do alcoolismo, um problema de saúde pública que pode ter consequências fatais. De acordo com dados do Centro de Informações sobre Saúde e Álcool (Cisa), a prevalência de mortes entre pessoas internadas devido ao uso de álcool no Brasil dobrou de 3% em 2010 para 6% em 2023.
Outra pesquisa, da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), revela que uma em cada 33 mortes no país está relacionada a doenças hepáticas, incluindo a esteatose, causadas ou aceleradas pelo alcoolismo. Além disso, o alcoolismo também pode causar danos sociais e emocionais, como perda de emprego, relacionamentos e saúde mental.
Um exemplo disso é o caso de um paciente de 38 anos que busca apoio no Complexo de Referência Estadual em Saúde Mental Prof. Jamil Issy (Cresm), unidade do Governo de Goiás que atende pessoas com dependências químicas. Ele relata que o alcoolismo o levou a perder tudo, incluindo profissão, casa, esposa e o contato com o filho de 8 anos.
Essa história faz parte dos 8,7 mil pacientes atendidos pelo Cresm de 2020 a 2024, dos quais 83,64% identificaram o álcool como sua principal substância de abuso.
O médico psiquiatra e diretor técnico do Cresm, Danilo Fiorotto, alerta que o álcool é um perigo e não pode ser minimizado, mesmo em épocas festivas como o Carnaval.
“A forma como a sociedade encara o uso do álcool, sua normalização é um problema, porque as pessoas tendem a beber cada vez mais cedo e em situações sociais”, cita. “Todo consumo tem riscos, e pode evoluir de um ato de busca pelo prazer para se tornar compulsão, necessidade”.
O Cresm oferece atendimento multidisciplinar e multiprofissional para pacientes com dependências químicas, incluindo médicos, psicólogos, assistentes sociais, odontólogos e educadores físicos. O acesso ao Cresm se dá pelo ambulatório ou pela internação, e os pacientes são encaminhados pelas unidades que integram a Rede de Atenção Psicossocial (RAPs).
“É importante que as pessoas busquem ajuda quando precisam”, destaca o médico Danilo Fiorotto. “O alcoolismo é uma doença que pode ser tratada, e é importante que as pessoas não sejam estigmatizadas por isso”.
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02/03/2025 às 17:16