Quarta-feira, 12 de Março

Antes de ser preso, amigo que matou empresário como ‘prova de amor’ para namorada mentiu que não tinha visto a vítima, diz irmão

Publicado em 05/03/2025 às 15:34

Antes de ser preso, Vinícius Valentim da Silva Batista, que era amigo e ex-funcionário do empresário Carlos Luiz de Sá, de 53 anos, e confessou que o matou a facadas como “prova de amor” para a namorada, negou que tivesse visto ele, segundo o irmão da vítima. O suspeito e a companheira, Yara Martins, apontada pela polícia como cumplíce, foram presos.

“Ele [Vinícius] disse que não sabia onde ele [Carlos] tava, que fazia dois dias que não via ele”, relatou o irmão da vítima.

A reportagem entrou em contato com a Defensoria Pública do Estado de Goiás, responsável pela defesa dos suspeitos, e solicitou um posicionamento sobre o caso, mas não obteve retorno até a última atualização desta reportagem.

Em entrevista ao portal g1, o irmão da vítima, Sebastião dos Reis, de 57 anos, contou que o suspeito foi procurado pela família quando o empresário ainda estava desaparecido. Após ser questionado sobre a vítima, Vinícius não demonstrou preocupação. O comportamento provocou suspeitas na família e chamou a atenção da polícia.

Carlos foi visto pela última vez na noite da última terça-feira (25), após fechar sua padaria, em Trindade, na Região Metropolitana de Goiânia. Dois dias depois, o corpo do empresário foi encontrado em um loteamento próximo à GO-020, em Senador Canedo.

 

O irmão da vítima ressaltou que a família teve contato com o suspeito apenas enquanto ele ainda trabalhava na padaria que pertencia a vítima e quando frequentava a casa do empresário. Segundo Sebastião, Carlos era quem mantinha contato direto com Vinícius.

O empresário Carlos Luiz de Sá foi morto a facadas após ser filmado saindo da padaria que pertencia a ele, em Trindade. Ele estava desaparecido desde terça-feira (25). Os familiares informaram que a vítima havia dito que iria para a igreja, mas, depois disso, não foi mais encontrada.

Imagens de uma câmera de segurança mostram a última vez que Carlos foi visto. É possível ver o momento em que ele sai da padaria, usa a chave para fechar o local e, em seguida, dá partida no carro. Na quarta-feira (26), o veículo do empresário foi localizado no município de Inhumas.

Segundo a polícia, Vinícius começou a ser investigado após a família desconfiar da sua indiferença ao desaparecimento do amigo. Pouco depois, um tio do suspeito afirmou que ele arrumou as malas e fugiu para Uruaçu, no norte do estado, acompanhado da namorada, dos filhos dela e da irmã, uma adolescente de 15 anos.

Na quinta-feira (27), a Polícia Militar fez a prisão de Vinícius Valentim da Silva Batista e a namorada dele, Yara Martins. Os dois foram presos após serem localizados e confessarem a autoria do assassinato.

O casal indicou à polícia o local onde haviam deixado o corpo do empresário, em Senador Canedo. Os dois foram autuados por homicídio e ocultação de cadáver. A irmã do suspeito, de 15 anos, também foi apreendida. No entanto, a polícia acredita que a menor foi coagida para participar do crime.

 

Para a Polícia Militar, o investigado disse que cometeu o homicídio após sua namorada descobrir que ele mantinha um relacionamento com Carlos Luiz de Sá. Em depoimento, a namorada confirmou que terminou com Vinícius após descobrir o caso.

“Ele queria, de alguma forma, voltar comigo. Então, me disse que cometeria o crime para provar que me amava”, afirmou a mulher.

Segundo ela, Vinícius atraiu o empresário até o local do crime, enquanto ela aguardava escondida. "Ele [Vinícius] disse que ia na frente, que ia ser do jeito dele, e depois ele me chamava. Quando eu cheguei e vi, ele já estava com a faca na mão", confessou em depoimento, no vídeo obtido pela TV Anhanguera.

Ela relatou que Vinícius estava no banco do passageiro e a vítima no banco do motorista, quando começaram a discutir e iniciaram uma luta corporal, dentro do carro. Nesse momento, o suspeito desferiu facadas na vítima.

 

"Quando eu olhei, ele já tinha cravado a faca no peito do Luiz", detalhou Yara.

O delegado Douglas Pedrosa afirmou que o suspeito e a namorada mantêm a versão de que ocorreu um homicídio premeditado, como "prova de amor", mas, a princípio, a polícia descarta essa possibilidade.

As investigações da polícia apontam para um latrocínio, quando há roubo seguido de morte. O delegado afirmou que existiu uma relação entre o suspeito e a vítima, inicialmente, mas depois o empresário começou a ser extorquido.

"O Vinícius vinha extorquindo o Carlos e ele confirmou isso. A última extorsão não deu certo e acabou culminando na morte da vítima", explicou o delegado.

O delegado pontuou ainda que os dois viviam em uma "situação precária" e no dia do crime gastaram mais de R$ 2 mil apenas com a fuga. "Há indícios de que esse dinheiro tenha sido tirado da vítima", destacou.

Douglas Pedrosa ressaltou que as investigações ainda estão em andamento pelo Grupo de Investigação de Homicídios (GIH) de Trindade.

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