Publicado em
15/06/2025
às 21:18
Mundo
O estudante José Roberto, natural de Rialma e atualmente cursando o sexto período de Engenharia Aeroespacial na Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC), fez história ao integrar o desenvolvimento de um projeto inovador que alcançou reconhecimento internacional. Trata-se do foguete MORPHEUS, desenvolvido pela equipe Kosmos Rocketry, que participou da International Rocket Engineering Competition (IREC), realizada em Midland, no Texas, Estados Unidos.
A competição, uma das maiores do mundo no segmento universitário de engenharia de foguetes, ocorreu neste ano e reuniu dezenas de equipes de diversos países. O projeto MORPHEUS se destacou por ser o primeiro foguete da América do Sul na categoria SRAD (Student Researched and Developed), com propulsão sólida e apogeu de 30 mil pés — cerca de 9,1 quilômetros de altitude, patamar semelhante ao voo de cruzeiro de aeronaves comerciais.
De acordo com José Roberto, essa modalidade, que envolve foguetes de sondagem experimental, representa hoje o que há de mais avançado em projetos universitários na área aeroespacial. O desenvolvimento do MORPHEUS teve início em setembro de 2023 e culminou com o voo competitivo neste sábado (14), em solo norte-americano.
Enquanto a maioria das equipes universitárias opta por foguetes com alcance de até 10 mil pés, a Kosmos Rocketry ousou ao triplicar o apogeu do projeto. A decisão estratégica colocou o Brasil em posição de destaque na competição internacional. O resultado veio: entre as cinco equipes americanas concorrentes na mesma categoria, a brasileira conquistou o terceiro lugar, além de receber o Sportsmanship Award, um troféu especial concedido à equipe que mais demonstrou espírito de superação, colaboração e dedicação.
Segundo a equipe, enquanto universidades estrangeiras contam com grandes orçamentos, a Kosmos viabilizou o projeto por meio de rifas, campanhas de arrecadação, doações e apoio de patrocinadores. A conquista é ainda mais expressiva diante das limitações enfrentadas, incluindo a ausência de um local adequado para testes de voo no Brasil.
Além da Kosmos Rocketry, outras cinco equipes brasileiras também representaram o país na IREC, mas na categoria de 10 mil pés. A façanha do MORPHEUS não apenas marcou um avanço inédito no desenvolvimento de tecnologia aeroespacial universitária na América do Sul, como também inspirou estudantes e entusiastas da área em todo o Brasil.
José Roberto e seus colegas agora voltam ao país com a missão cumprida e com a certeza de que o céu — literalmente — não é o limite.
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