Publicado em
11/07/2025
às 17:37
Em Goiás
Carne bovina e açúcar de cana são os principais produtos goianos atingidos pelo tarifaço de 50% imposto pelo governo dos Estados Unidos a produtos brasileiros. Juntos, esses dois itens responderam por mais de 70% das exportações de Goiás para os EUA em 2024, de acordo com a Federação da Agricultura e Pecuária de Goiás (Faeg).
De acordo com a entidade, a carne bovina sozinha representou 61,8% das exportações goianas aos EUA. Já o açúcar movimentou US$ 32,3 milhões, o equivalente a 9,6% do total exportado. Ambos os setores devem sentir os efeitos da medida já no curto prazo, com perda de competitividade e risco de retração nos volumes embarcados.
Além de carne e açúcar, outros segmentos também estão sob risco: frutas, milho, peixes, café, hortaliças e produtos industriais essenciais para a cadeia produtiva. Máquinas agrícolas, por exemplo, representam 25,5% das importações goianas vindas dos EUA. Fertilizantes e adubos somam 6%.
“O produtor que depende da importação de máquinas e fertilizantes terá mais dificuldades para absorver o aumento nos custos. E quem exporta, como o setor da carne, pode perder mercado rapidamente”, explica Edson Novaes, gerente técnico da Faeg.
A entidade alerta que o impacto pode ser sentido tanto no campo quanto na cidade. Com exportações pressionadas e insumos mais caros, há risco de desaceleração econômica em setores estratégicos da agroindústria goiana.
“Todos perdem com uma guerra comercial. Para o Brasil, o risco é maior, porque o fechamento de mercado pode refletir diretamente na geração de empregos e nos níveis de preços de setores estratégicos da nossa economia”, destacou Edson. “O impacto poderá ser percebido tanto no campo quanto na cidade”, completou.
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