Publicado em
28/11/2024
às 19:43
Nova Crixás
Uma estudante de 25 anos denunciou que ficou com uma compressa no abdômen após fazer uma cesariana no Hospital Municipal de Nova Crixás, no norte de Goiás. Mariana Silveira Neves fez o parto em 5 de abril de 2024, mas só em setembro conseguiu identificar o objeto estranho que causou dores abdominais durante cinco meses.
A cirurgia de remoção da compressa foi realizada no dia 15 de setembro. Até então, a jovem realizou consultas e exames que não apontavam a causa da dor e do inchado abdominal que ela apresentava.
A reportagem solicitou um posicionamento da Prefeitura de Nova Crixás por e-mail na tarde de quinta-feira (28), mas não obteve retorno até a última atualização desta reportagem.
De acordo com Mariana, foram necessárias duas incisões para que a equipe médica localizasse o corpo estranho, que, até então, não sabiam o que era.
“Abriram [o local da] cesariana e não estava lá. Aí, teve que cortar a minha barriga. Eles falaram que estava colado no intestino”, contou a jovem.
Bebê de 1 ano morre após serviço de home care da Prefeitura de Goiânia ser suspenso, diz família
De acordo com Mariana, só ao abrir o abdômen a equipe médica identificou que se tratava de uma gaze. A jovem perdeu parte do intestino e uma trompa de falópio no procedimento de remoção da gaze. Ela ficou três dias na UTI e só soube o que havia acontecido algum tempo.
“Demoraram a me contar. Fiquei bem triste. Não esperava ficar com uma cicatriz grande assim. E fiquei mais triste ainda quando soube da perda da trompa”, declarou a jovem.
Mariana registrou ocorrência contra o médico que fez o parto. De acordo com a delegada Fernanda Simão de Almeida, ele já foi ouvido e que tudo correu bem com cesariana.
“Ele [o médico] alega que a cirurgia dela correu dentro do procedimento e que não teve intercorrências”, afirmou a delegada.
A reportagem não conseguiu localizar a defesa do médico denunciado até a última atualização desta matéria.
A Polícia Civil ainda está ouvindo testemunhas e aguarda o laudo da perícia feita pela Superintendência de Polícia Técnico-Científica.
Inchaço causado pela gaze e cicatriz na barriga de Maniana Neves, em Goiás — Foto: Arquivo pessoal/Mariana Silveira Neves
Parto e dor
Mariana Neves disse que foi ao hospital em trabalho de parto e que pediu por um parto normal.
“Chegando lá, eu estava dilatando já para ter parto normal, só que aí o médico não quis esperar e falou para fazer a cesariana. Ele falou que era para eu não ficar sofrendo de dor”, narrou a estudante.
Bebê de Rialma passa por cirurgia delicada, família pede ajuda para superar momento
De acordo com a jovem, as dores na barriga começaram assim que acabou o efeito da anestesia. Ela chegou a pensar que havia algo de errado com o útero.
“Depois que eu tomei banho e tudo, não consegui nem andar de dor. Até reclamei para as enfermeiras que tinha dor e algo me incomodava ao andar”, contou.
Mariana teve alta no dia seguinte e foi para casa com a informação de que a dor era normal e que iria passar. Essa reportagem foi feira pelo g1, Goiás.
Os comentários não expressam a opinião do Jornal Populacional e são de exclusiva responsabilidade do autor.
30/11/2024 às 08:41
02/12/2024 às 06:45