Quinta-feira, 26 de Dezembro

Dívida bruta do Brasil ultrapassa R$ 9 trilhões pela primeira vez na história

Publicado em 01/12/2024 às 10:16
Populacional Brasília

A dívida bruta do Brasil alcançou a marca de R$ 9,032 trilhões em outubro de 2024, segundo relatório “Estatísticas Fiscais” divulgado nesta sexta-feira (29) pelo Banco Central. O valor representa um aumento de 1,16% em relação a setembro e de 14,13% em comparação ao mesmo período de 2023, configurando a primeira vez que o indicador ultrapassa a barreira dos R$ 9 trilhões.

A Dívida Bruta do Governo Geral (DBGG) engloba as obrigações do governo federal, do INSS (Instituto Nacional do Seguro Social), e dos governos estaduais e municipais. Em 2024, o estoque da dívida aumentou R$ 952,6 bilhões e, no atual governo, liderado pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), o crescimento foi de R$ 1,807 trilhão.

Copom eleva juros básicos da economia para 10,75% ao ano

Desde o início da série histórica, em 2006, o avanço da DBGG pode ser dividido em períodos governamentais:

  • Governo Lula (2007-2010): R$ 674,9 bilhões;
  • Governo Dilma (2011-2014): R$ 1,241 trilhão;
  • Governo Dilma/Temer (2015-2018): R$ 2,020 trilhões;
  • Governo Bolsonaro (2019-2022): R$ 1,952 trilhão;
  • Governo Lula (2023-atual): R$ 1,807 trilhão.

Dívida chega a 78,6% do PIB

Ao ser comparada com o PIB (Produto Interno Bruto), a dívida bruta atingiu 78,64% em outubro, o maior percentual desde outubro de 2021, quando alcançou 79,1%. Esse patamar representa uma elevação de 4,22 pontos percentuais em 2024 e de 6,96 pontos desde o início do atual governo.

Reforma trabalhista contribuirá para recuperação da economia

Impacto dos juros e déficit nominal

Os gastos com juros nominais da dívida pública chegaram a R$ 111,6 bilhões em outubro, um aumento expressivo de 80,3% em relação ao mesmo mês de 2023. A manutenção da taxa Selic em níveis elevados foi apontada como um fator que encarece o custo de financiamento da dívida.

Considerando os juros, o resultado nominal do setor público consolidado apresentou um déficit de R$ 74,1 bilhões no mês. No acumulado dos últimos 12 meses, os gastos com juros somaram R$ 869,3 bilhões, resultando em um déficit nominal de R$ 1,093 trilhão – equivalente a 9,52% do PIB.

Os números indicam desafios significativos para a gestão fiscal do país, que deve equilibrar a necessidade de financiamento público com a busca pela sustentabilidade econômica.

 

Comentários


Os comentários não expressam a opinião do Jornal Populacional e são de exclusiva responsabilidade do autor.

Encontre mais notícias relacionadas a: Economia,

Veja Também


/* /* ]]> */