Publicado em
07/08/2025
às 10:10
Em Goiás
Após um acordo com o Ministério Público de Goiás (MP-GO), o padre Luiz Augusto Ferreira da Silva deverá devolver quase R$ 1,4 milhão pelos anos que recebeu salário enquanto ocupava um cargo fantasma na Assembleia Legislativa de Goiás (Alego). O pagamento deve ser realizado em 48 parcelas.
Além disso, o padre irá arcar com uma multa civil de R$ 46,5 mil em 10 vezes. Para o MP, Luiz Augusto teve “enriquecimento ilícito” de mais de R$ 3 milhões ao longo de quase 20 anos.
À TV Anhanguera, o advogado do padre informou que o Acordo de Não Persecução Cível (ANPC) com o MP encerra outros processos que envolviam o pároco, e que ele está aposentado do cargo público após uma decisão judicial.
O Acordo de Não Persecução Cível permite a resolução consensual de casos de improbidade administrativa, com o objetivo de evitar a judicialização e buscar a reparação dos danos.
Atualmente, ele é pároco na Paróquia Santa Teresinha do Menino Jesus, em Aparecida de Goiânia, na Região Metropolitana da capital. A paróquia informou que não irá se pronunciar sobre o assunto.
Acordos
A decisão é de julho, mas ganhou destaque essa semana após ser divulgada em primeira mão pelo jornal O Popular. A ação civil de improbidade administrativa teve início em 2015. No mesmo ano, o padre chegou a afirmar que seria preso se tivesse que devolver o valor recebido, pois não tinha como pagar.
Anos de negociação terminaram em um acordo de R$ 1.397.086,14 por parte de Luiz Augusto. Além dele, mais de dez pessoas responderam ao processo. Em julho, Euclides de Oliveira Franco, servidor da Alego e ex-chefe do padre, e o Sindicato dos Servidores da Assembleia Legislativa do Estado de Goiás (Sindisleg) também concordaram com o ressarcimento e vão pagar individualmente R$ 84.861,19.
A reportagem entrou em contato com a Alego e com a defesa dos outros citados que concordaram com o ressarcimento em julho, mas não teve retorno até a última atualização deste texto.
No início de 2025, outros envolvidos já haviam realizado acordos com o MP, que previu devoluções de R$ 34 mil até R$ 355 mil, além de multas. Até está quarta-feira (6), somente um dos réus não chegou a um acordo para reparação de danos aos cofres públicos.
Os comentários não expressam a opinião do Jornal Populacional e são de exclusiva responsabilidade do autor.
29/07/2025 às 16:49