Advogado é preso com 15 armas, silenciador e mais de três mil munições em Niquelândia

Publicado em 04/09/2025 às 19:19
Niquelândia

Um advogado, que não teve a identificação divulgada, foi preso em flagrante na terça-feira (2) após a Polícia Civil encontrar 15 armas de fogo de diversos calibres, mais de 3 mil munições e um silenciador em diferentes endereços ligados a ele, em Niquelândia, região Norte de Goiás. Segundo a corporação, grande parte dos equipamentos estava carregada, espalhada em cômodos das casas e armazenada de forma irregular. A investigação apura se o armamento é usado em um esquema de comércio ilegal. O suspeito segue detido.

A prisão ocorreu durante a Operação Elo Armado, deflagrada pela Delegacia Estadual de Repressão a Crimes Contra a Administração Pública (Dercap), com apoio da 18ª Delegacia Regional de Polícia de Uruaçu. Conforme o delegado Rodrigo Godinho, responsável pela operação, a investigação começou no ano passado, a partir da Operação Sânita, que apurava fraudes em licitações. Em uma das fases, outro advogado foi preso com duas armas de fogo ilegais. O rastreamento da origem desse armamento levou a polícia até o suspeito preso em Niquelândia.

“Nós visualizamos a possibilidade de um comércio irregular, de uma quantidade grande de armas de fogo. Pedimos as medidas ao Judiciário e, para nossa surpresa, encontramos esse arsenal em quatro endereços ligados ao investigado”, explicou o delegado.

Ainda segundo o delegado, chamou a atenção como as armas eram mantidas. Todas estavam municiadas e espalhadas pela casa, em locais de fácil acesso. “A lei prevê que o responsável não pode deixar armas ao alcance de menores de 14 anos ou pessoas incapazes. No local, havia armas expostas sem qualquer cuidado”, afirmou Godinho.

O advogado foi autuado em flagrante pelos crimes de posse irregular de arma de fogo, porte ilegal de arma de fogo e posse de acessório de uso restrito, previstos nos artigos 12, 14 e 16 do Estatuto do Desarmamento (Lei nº 10.826/2003).

Todo o material apreendido vai passar por uma perícia técnica, para descobrir a origem das armas e como acontecia a possível comercialização.

As investigações continuam sob sigilo para identificar outros possíveis envolvidos no esquema.

Por se tratar de um advogado, o Mais Goiás solicitou um posicionamento à Ordem dos Advogados do Brasil – Seccional de Goiás (OAB-GO) sobre o caso, mas não obteve retorno até a última atualização desta reportagem. O espaço permanece aberto para manifestação.