Mulher é resgatada após quatro dias de tortura em cativeiro d

Publicado em 12/09/2025 às 20:09
Em Goiás

Uma mulher foi resgatada após passar quatro dias em cárcere privado, sendo torturada, ameaçada de morte e obrigada a realizar tarefas domésticas em uma casa usada como ponto de drogas, no Bairro Novo Horizonte, em Itumbiara, na tarde de quinta-feira (11). De acordo com a Polícia Civil, o crime teria sido motivado por uma dívida de R$ 1.800 em entorpecentes. Duas mulheres foram presas em flagrante.

Segundo a corporação, a residência já estava sendo monitorada após uma denúncia recebida pelo Grupo Especial de Repressão a Narcóticos (GENARC), que já investigava o local por suspeitas de tráfico e intensa movimentação de usuários. Ao proceder com a ação, a vítima foi encontrada visivelmente abalada e ferida.

A mulher relatou que havia ido ao local no começo deste mês para comprar drogas, quando levou quase dois mil reais em entorpecentes que estavam sobre a mesa. Momentos depois, as suspeitas, identificadas apenas pelos primeiros nomes, Michelle e Aline, deram falta dos produtos ilícitos e acusaram a vítima de furto. “Elas disseram que eu roubei. Eu comprei, usei e sumi. Quando foi domingo, elas me buscaram. Lá começou tudo”, relatou.

A vítima disse aos investigadores que foi retirada à força da casa de uma amiga no último domingo (7) e levada para a residência da Michelle, acompanhada da comparsa Aline e de homem identificado como “Jotinha”. A partir daí, começou o período de violência.

“Tava sendo mantida presa na casa da dona Michelle, sendo ameaçada até de morte. Eles me bateram, me machucaram, cortaram meu pé com faca, batiam com pau, capacete na cabeça. Desde domingo, minha vida foi apanhar e ser ameaçada”, contou, abalada.

Vítima contou ter sido espancada com facas, paus e capacete (Divulgação PCGO)

Durante o período em que esteve presa, a mulher contou que foi espancada com uma tábua de cortar carne, facas, um pedaço de bambu e capacetes. Também foi coagida a ligar para a filha pedindo dinheiro. “Forçaram ontem a ligar pra minha filha pedindo R$ 1.800. Disseram que, se ela não pagasse, hoje eu ia morrer”, afirmou.

Michelle e Aline foram presas em flagrante e autuadas por tortura, cárcere privado e tráfico de drogas. Elas foram encaminhadas ao presídio de Itumbiara. A vítima recebeu atendimento médico e deve ser novamente ouvida para detalhar as agressões.

A Polícia Civil investiga se outras pessoas participaram do crime. Apesar de os nomes das investigadas terem sido divulgados, suas defesas não foram localizadas. O espaço segue aberto para manifestações.