Publicado em
02/08/2025
às 09:44
Ceres
A Polícia Militar foi acionada na noite desta sexta-feira (1º), por volta das 19h40, após a equipe médica da UPA – Unidade de Pronto Atendimento de Ceres – receber uma paciente em estado gravíssimo, inconsciente e com crises convulsivas. A jovem foi identificada como Gabriela Patrícia de Jesus Silva, de 20 anos.
Segundo informações da corporação, a vítima foi imediatamente encaminhada para a Sala Vermelha da unidade, destinada a atendimentos de urgência, devido à gravidade do quadro clínico. Gabriela chegou à UPA acompanhada por duas pessoas que, conforme o boletim policial, teriam relatado envolvimento direto em uma tentativa de aborto.
De acordo com o registro, os envolvidos admitiram que, por volta das 18h, se dirigiram com a jovem a um motel da cidade, onde teriam combinado previamente o procedimento abortivo. Por volta das 18h30, a vítima teria recebido duas doses de Ocitocina — medicamento utilizado para indução do parto — aplicadas no braço, o que teria provocado, em seguida, convulsões e perda de consciência.
Uma das pessoas envolvidas declarou à PM que tentou realizar manobras de primeiros socorros enquanto acionava o Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (SAMU). Sem aguardar o socorro, os dois transportaram a vítima por meios próprios até a UPA.
A equipe médica informou à Polícia que Gabriela apresentava sinais de perfuração no braço, supostamente provocados por agulhas utilizadas na aplicação da substância. A paciente chegou desacordada à unidade e precisou ser entubada. Seu estado de saúde foi descrito como gravíssimo, Gabriele, não resistiu e morreu na madrugada deste sábado (2).
No interior da unidade, os envolvidos teriam descartado parte dos medicamentos usados na tentativa de aborto. Os itens foram localizados, recolhidos e reconhecidos pelos próprios suspeitos, sendo entregues à Delegacia de Polícia Civil de Ceres.
Na delegacia, foi lavrado o auto de prisão em flagrante dos dois envolvidos, com base nos artigos 126 (aborto provocado por terceiro com consentimento da gestante), 127 (aborto seguido de lesão grave ou morte) e 29 (concurso de pessoas) do Código Penal Brasileiro.
A reportagem do Populacional não conseguiu contato com as defesas dos envolvidos, o espaço permanece aberto para manifestações.
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